domingo, 11 de outubro de 2009

EMPREENDEDORISMO - PREPARANDO-SE PARA ABRIR UM NEGÓCIO

Para abrir um pequeno negócio, é importante começar preparando um bom plano de negócio (business plan). A falta desse plano tem sido uma das principais causas de insucessos de novas empresas. Antes, porém, de elaborar seu plano de negócio, você deve pesquisar e procurar responder às seguintes perguntas:

· Que nicho do mercado seu negócio ocupará?
· Que serviços ou produtos você pretende vender?
· Seu negócio é factível? Existe demanda para esses serviços ou produtos? Se não existe, você poderá criar essa demanda?
· Quem serão seus competidores?
· Quais serão as vantagens de seu negócio sobre as empresas já existentes no mercado? Você poderá prestar serviços de melhor qualidade?
· Onde você vai abrir o seu negócio?
· Sua rede de contatos é eficiente?

Após essa pesquisa, se estiver convencido de que sua idéia pode tornar-se realidade, responda, então, às seguintes questões:

· Que habilidade e experiência você trará ao negócio?
· Qual será sua estrutura legal, ou seja, que tipo de empresa você pretende abrir?
· Você e seus funcionários entendem do produto e do processo de vendas? Tem buscado alguma preparação?
· Como serão mantidos os documentos de sua empresa?
· Sua empresa necessitará de algum tipo de seguro?
· Você necessitará de equipamentos ou fornecedores? De que tipo?
· Como você será remunerado?
· Quais são seus recursos?
· Você precisará de algum tipo de financiamento?
· Onde se localizará seu negócio?
· Qual será o nome de seu negócio?
· Você tem um plano de marketing?
· Que relação pretende estabelecer com seus funcionários e clientes?

Isso ainda não é tudo. Se sua intenção é iniciar seu negócio em casa, é importante considerar também os seguintes aspectos:

· Sua casa dispõe de espaço suficiente (preferivelmente separado) para seu negócio?
· Você poderá conduzir seu negócio eficientemente em casa?
· Sua casa não é muito isolada? Você poderá lidar com esse isolamento?

As respostas a essas perguntas o ajudarão a criar um plano de negócios, que deverá indicar detalhadamente como seu negócio será conduzido, administrado e financiado. Algumas perguntas poderão ser respondidas por você mesmo. Outras dependerão de pesquisa junto a fontes de informação que lhe permitam planejar corretamente seu negócio.

ESTREANDO NA PROFISSÃO - OS DESAFIOS DE PLANEJAR UMA CARREIRA

A escolha de uma profissão é, talvez, uma das decisões mais importantes na vida de uma pessoa. Em nossa sociedade somos valorizados socialmente pela atividade que exercemos, e nossa identidade pessoal está muito ligada ao que fazemos profissionalmente. Quando se conhece uma pessoa, por exemplo, logo se quer saber com o que ela trabalha, pois assim poderá ter uma idéia do seu estilo de vida, dos seus gostos e suas habilidades.
A escolha de uma profissão e o subseqüente ingresso no curso universitário é um dos meios para realizar um projeto de futuro pessoal e profissional. No entanto, esse processo de escolhas não terminou, muitas escolhas, agora dentro de profissão irão ocorrer. Momento este que se inicia já com as escolhas dos estágios, quando se está mais próximo do término do curso, sobre qual área de atuação se especializar entre outras escolhas. Para alguns será um momento tranqüilo, sem muitas dúvidas, mas para outros estudantes será de intensos questionamentos e incertezas, interferindo no seu planejamento de inserção profissional.
Ao escolher uma profissão e/ou áreas de atuação profissional, não somos totalmente livres, pois sofremos muitas influências advindas do ambiente familiar, social, econômico, dos amigos, da universidade, da mídia, do status, como também não somos totalmente submissos diante da escolha a ponto de fazermos o que os outros querem, sem pensar se gostaríamos de exercer tal profissão ou ocupação. Não somente as influências que sofremos, sejam elas positivas ou negativas, que interferem nas escolhas profissionais e pessoais, mas também e, principalmente, o pouco conhecimento de si próprio.
Para que sejam realizadas as escolhas durante a trajetória profissional de maneira mais tranqüila e segura, o primeiro passo é à busca de conhecimento de si próprio, isto é, ter clareza das habilidades, gostos, interesses, aptidões e preferências pessoais e profissionais, assim como perceber e trabalhar as influências familiares e sociais. Outro passo muito importante é a informação profissional, ou seja, obter mais conhecimento das áreas de atuação das profissões e do mundo do trabalho, suas exigências e necessidades, através de leitura nas diferentes áreas, de conversas com profissionais e professores, de visitas aos diferentes locais de atuação, pela Internet, pela mídia entre outros meios, buscando compreender as mudanças no mercado de trabalho em termos gerais e específicos da área. Além disso, outro passo é se organizar e fazer um planejamento de carreira que atenda a 4 perguntas básicas: o quê quer? porquê quer? Como alcançar? e onde buscar? Seja este plano de metas ou objetivos a curto, médio e longo prazo, o qual será mutável, pois nossos interesses variam com o passar do tempo e das experiências. Salienta-se a importância de planos secundários e da constante autoavaliação e autoconhecimento. Esses são alguns passos que auxiliarão a fazer escolhas profissionais ao longo da vida.
Fazer escolhas dentro do âmbito profissional requer um processo de tomada de consciência de si mesmo e da possibilidade de fazer um projeto imaginando-se cumprir um papel social e ocupacional. Para tanto é importante que a pessoa diferencie o seu projeto pessoal e sua identidade própria, dos desejos dos outros que direta e indiretamente influem em sua escolha profissional. Ao mesmo tempo, a escolha deve ser feita levando-se em conta as condições e oportunidades educativas e de trabalho, que atendam aos anseios e desejos pessoais, ao processo de construção de independência financeira, ao alcance do status de adulto, com autonomia para tomar as decisões pessoais e profissionais e participar ativamente na sociedade por meio do trabalho.
Pensar e conciliar tudo isso para fazer uma escolha é um processo que leva tempo e requer muito investimento de cada um. Na vida adulta, a inserção no mundo concreto do trabalho aparece como seqüência lógica de uma vida ‘adaptada’ e ‘normal’ e como atributo de valor em uma sociedade pautada pelo fator produtivo. Os diferentes espaços de trabalho oferecidos, vão se constituir em oportunidades diferenciadas para a aquisição de atributos qualificativos da identidade de trabalhador.
A identidade profissional é constante construída por meio da ação no contexto sociocultural no qual vivemos e das escolhas profissionais que realizamos. Nela estão atuantes as variáveis do contexto, que são de ordem objetiva: o quando, onde, com quê, como desempenhar um papel produtivo na sociedade.
Diante dessa questão Lisboa (1995), que investigou em sua dissertação o compromisso social no projeto profissional de adolescentes, coloca que projeto profissional e construção da identidade são fatores indissociáveis, pois:
(...) identidade profissional é um componente fundamental da identidade pessoal, como totalidade; igualmente projeto profissional é central no projeto de vida. A identidade é a articulação temporal do passado (história de vida) e do futuro (projeto de vida). (p. 30).
Isto significa que todo projeto, através da identificação de um futuro desejado e dos meios próprios para fazê-lo realidade, se dá num certo horizonte temporal, no interior do qual ele evolui. Mas o projeto não se termina no ambiente onde sua evolução é previsível. Ele diz respeito primeiramente ao autor, que se dá uma perspectiva de um futuro que ele espera. Boutinet (1990) define então projeto como uma antecipação operatória, individual ou grupal, de um futuro desejado.
A visão destemida do futuro é o primeiro passo na construção do projeto de vida. Quando o desejo, o querer-ser, passar pela razão, se transformará num projeto de vida, ou seja, num sonho com degraus, num trajeto com etapas, que devem ser vencidas para se atingir o fim almejado. Para que tal desejo seja alcançado, é preciso que o sujeito conheça a si próprio e se diferencie dos outros. É justamente nessa esfera, que o sujeito supera suas particularidades das relações afetivas e do projeto profissional, se abrindo para o desenvolvimento social.
A transição da universidade para o mercado de trabalho é uma das trajetórias centrais para os jovens no caminho da construção da vida adulta. Sarriera e Verdin (1996) consideram o período de transição escola-trabalho crítico para o desenvolvimento da juventude, porque certas implicações - como a perda da condição de aluno e do apoio da escola, a perda da influência da família, pela necessidade de o indivíduo construir uma identidade própria, a falta do status de trabalhador e do apoio da empresa - podem produzir sentimentos de impotência, de insegurança, de apatia e de desorganização, e, por conseguinte, de adoecimento, de comportamentos anti-sociais ou de fuga da realidade, caso o jovem não esteja preparado e apoiado para a aquisição do status de cidadão ativo e produtivo.
Nesse processo de transição de saída da universidade para a inserção profissional, alguns estudantes por medo e receio de encarar esse mundo postergam sua saída, permanecendo na universidade mais tempo no curso ou até mesmo continuando através de pós-graduação, outros porém já se encontram inseridos no mundo do trabalho antes de concluir o curso, mas a maioria conclui no prazo médio determinado por cada curso. Pensar em sair da universidade e planejar uma carreira, requer um processo de elaboração de luto e da preparação de alguns elementos que venham contribuir para esse processo.
Dentre esses elementos, está o plano de carreira, a elaboração do currículo (anexo dicas para sua elaboração), as estratégias de marketing pessoal e de networking, a preparação para o empreendedorismo, o intra-empreendedorismo e a empregabilidade. Esses são alguns dos importantes elementos que o jovem precisa organizar e preparar para inserir-se no mercado de trabalho, além de levar em conta os passos anteriormente mencionados para realizar escolhas profissionais. Brevemente abordarei alguns desses elementos.
Por que é importante planejar sua carreira profissional? A maioria das pessoas tem um projeto de vida, mas precisam se conscientizar de que carreira e sucesso são coisas planejadas que exigem estratégia, reflexão, conscientização, comprometimento e perseverança.
Para planejar a carreira é preciso ter um foco – o que quero fazer; o que devo fazer para alcançar esse foco; como posso fazer para continuar crescendo profissionalmente. São questionamentos importantes, onde muitos profissionais não têm clareza e se perdem no foco.
Atualmente, o gerenciamento da carreira de um profissional não é mais obrigação da empresa - é um processo de autoconsciência, autoconhecimento e gestão de prioridades de cada um – o autogerenciamento. Alguns profissionais são excelentes na hora de aplicar suas habilidades na empresa, mas se esquecem de investir esse conhecimento em seu próprio projeto de vida, adiando ações importantes, como o cultivo de sua rede de relacionamentos, além disso deixam de fazer cursos e buscar informações que aprimorem suas habilidades e competências profissionais.
O reconhecimento de competências e habilidades é fundamental para diferenciar e situar um indivíduo no contexto social em que vive e determina, em grande parte, a maneira como ele estará posicionado para o sucesso profissional e pessoal. Não basta somente reconhecer as competências e habilidades é preciso definir estratégias para atrair e desenvolver contatos e relacionamentos interessantes do ponto de vista pessoal e profissional, bem como para dar visibilidade a características, habilidades e competências relevantes na perspectiva da aceitação e do reconhecimento por parte de outros.
Isto é Marketing Pessoal, ou seja, “vender” a própria imagem, no intuito de manter sua posição no emprego que têm ou conquistar uma nova posição no mercado de trabalho, utilizando técnicas adequadas e atuais, que sejam esclarecidas, competitivas e levem, de fato, ao sucesso desejado. Essas técnicas incluem sua formação profissional, experiência, boa apresentação de seu currículo até sua forma de vestir, de falar, sua postura, sua entrevista com o selecionador, seu comportamento pessoal.
O marketing pessoal tem como elementos fundamentais:
- A qualidade do posicionamento emocional para com os outros;
- A comunicação interpessoal;
- A montagem de uma rede relacionamentos;
- O correto posicionamento da imagem;
- A prática de ações de apoio, ajuda e incentivo para com os demais.
Quando bem praticado, o marketing pessoal é uma ferramenta extremamente eficaz para o alcance do sucesso social e profissional. Como você está se preparando e fazendo seu marketing pessoal?
Para fazer um bom marketing pessoal é necessário criar uma rede de relações pessoais e profissionais – Networking. Fazer amigos no mundo dos negócios está se tornando uma necessidade perante as constantes mutações no mercado de trabalho. Essa rede funciona como fonte de informação e de atualização sobre tendências e mercados, mantendo-o atualizado perante as necessidades de empregabilidade. A montagem dessa rede leva tempo e paciência e seu cultivo requer simpatia, clareza e honestidade.
Referente a empregabilidade, quer dizer a capacidade de ser empregável, de gerar trabalho, de trabalhar e ganhar. É necessário para ser empregável, ter conhecimentos específicos, mas também ampliar esses conhecimentos para diversas áreas e desenvolver múltiplas habilidades. Algumas empresas investem nos funcionários para que tenham condições de ter trabalho quando deixarem a organização, mas esta questão fica mais na responsabilidade da própria pessoa de autogerenciar seu futuro profissional. Segundo Minarelli (1995) a empregabilidade sustenta-se por 6 pilares: a adequação vocacional; a competência profissional (marketing pessoal); a idoneidade; a saúde física e mental; a reserva financeira e fontes alternativas e os relacionamentos (networking), os quais funcionam em conjunto e precisam de constantemente reflexão, autoavaliação e atualização.
Pensar na empregabilidade é pensar também no intra-empreendedorismo[1], ou seja, como as pessoas, dentro de uma organização, assumem a responsabilidade direta de transformar uma idéia ou projeto em produto lucrativo. Empreendedor é aquele que inicia algo novo, desenvolve e realiza idéias, através da criatividade e da imaginação. Seja esta pessoa intra-empreendedora ou empreendedora (que transforma as idéias em algo de valor de modo independente, ou seja, que abre seu próprio negócio), precisa desenvolver algumas características como a autoavaliação, a autocrítica e o controle do comportamento em busca do autodesenvolvimento, além das habilidades em 3 áreas: técnica, gerencial e características pessoais.
O marketing pessoal, da empresa, o networking, o autoconhecimento, o desenvolvimento de habilidades e da criatividade, a criação de um plano de negócios, bem como a avaliação para iniciar um plano e a capacidade de negociar e apresentar uma idéia, são alguns dos caminhos necessários para quem quer ser empreendedor (em anexo estão algumas questões para auxiliar na abertura de um negócio).
Resumidamente foram expostos alguns itens fundamentais para pensar sobre essa estréia na profissão, que já se inicia por meio de ensaios com os estágios curriculares e não curriculares, os quais auxiliam no autoconhecimento, na projeção profissional e a conhecer qual a realidade do mercado de trablaho dentro da profissão. É de extrema importância que a universidade se preocupe em capacitar com conhecimentos teóricos e práticos, mas também de preparar os alunos e debater as estratégias de inserção profissional, para que tenhamos profissionais mais seguros e menos frustrados ao se deparar com a realidade fora na universidade.
Segundo Sanchis (1997) e Gazo-Figuera (1996) a universidade deve assumir um papel de apoio ao estudante para facilitar a inserção no mercado de trabalho. É preciso adotar uma política educacional, com a criação de uma estrutura de informação sobre a dinâmica do mercado de trabalho que sirva de referência e de fundamentação para as decisões institucionais e os projetos profissionais dos estudantes. No âmbito da orientação universitária, desenvolver programas de orientação e de intervenção, durante a fase de transição ao mercado de trabalho, que sigam as seguintes recomendações: (a) aplicação em contextos próximos do aluno; (b) treinamento em habilidades de tomada de decisão e busca de emprego; (c) desmistificação de percepções e de conceitos que reforcem a conduta passiva frente ao mercado de trabalho; (d) construção de programas de desenvolvimento pessoal para estudantes com problemáticas específicas; (e) integração a uma política de emprego que facilite a atuação em nível microcontextual. A UFSC tem buscado adotar alguns desses pontos tais como, grupos de re-orientação profissional (REO), grupos de orientação financeira (PROFIN), a disciplina PSI5910 – Orientação e Planejamento de Carreira e outras atividades que buscam orientar e garantir ao estudante uma passagem mais amena para a vida adulta, fazendo com que consiga ultrapassar com maior apoio social os obstáculos referentes ao período de transição universidade-mercado de trabalho.
Vale salientar que não depende somente da universidade, mas também é interesse e esforço individual, pois não existem receitas prontas, universais, que sirvam como roteiro para a tomada de decisões profissionais.


REFEREÑCIAS


BOUTINET, Jean-Pierre. Anthropologie du Projet. PUF: Paris, 1990.

GAZO-FIGUERA, P. La Inserción del Universitario en el Mercado de Trabajo. Barcelona: EUB, 1996.

LISBOA, Marilu D. Orientação Vocacional/Ocupacional: Projeto profissional e Compromisso com o Eixo Social. Dissertação de mestrado não-publicada, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 1995.

MINARELLI, J. A. Empregabilidade: como ter trabalho e remuneração sempre. São Paulo: Gente, 1995.

SANCHIS, E. Da Escola ao Desemprego. Rio de Janeiro: Agir, 1997.

SARRIERA, J. C.; VERDIN, R. Os Jovens à Procura do Trabalho: uma Análise Qualitativa. Revista PSICO, Porto Alegre, v. 27, n. 1, pp. 59-70, 1996.

[1] Este termo surgiu na década de 80 pelo consultor em administração Gifford Pinchot.