quarta-feira, 8 de setembro de 2010

ENGENHARIA MECÂNICA

A área de engenharia mecânica oferece uma vasta opção de segmentos de

aplicação dentre os conteúdos que o curso aborda. Entretanto, o engenheiro formado ao

se inserir ou tentar ascender no mercado de trabalho passará por situações similares,

independente do tema que decidir basear sua carreira. Por exemplo, caso escolha a área

de fabricação o engenheiro trabalhará em alguma indústria ou empresa após sua

formação e com experiência adquirida passará a atuar no ramo de gestão empresarial da

mesma; assim como quem escolher área de estruturas, térmicas ou metrológicas. Em

suma, a maior parcela dos engenheiros segue esse ritual, que consiste em: graduar,

especializar, trabalhar na prática, gerir ou administrar, aposentar. Salvo aqueles que se

dedicam a pesquisa, maior parte destes se tornará professor, dado às facilidades de

laboratórios desenvolvidos em suas mãos e ao sistema que o governo brasileiro

implanta, que obriga mestrandos e doutorandos a terem um estágio de docência e

posterior admissão na instituição; pode-se concluir que de fato é assaz complicado

possuir uma pesquisa em desenvolvimento por conta própria ou custeado por uma

indústria, caso isso ocorra será por um tempo limitado até terminar uma especialização

desejada, por exemplo.

 Possibilidades de Atuação

Como já fora apresentado, o futuro de um engenheiro mecânico não varia muito

com a área que o mesmo tenha se identificado, mas sim quando se observa de qual

maneira ele deseja ocupar seu conhecimento adquirido. Podendo ele basicamente ser:

I) Participante de um processo de produção: Normalmente são engenheiros

recém-formados ou em início de carreira, quando se pensa em membros do

processo de produção, que são as pessoas que terão a incumbência de executar

tarefas, analisar dados, operar máquinas; onde se necessita o conhecimento

sobre fenômenos, mas ainda não há experiência para organizar como um todo.

Em seguida, ao apresentar bom desempenho, liderança e qualidade nos serviços,

além de responsabilidade, organização e principalmente capacidade de

comunicação, pode então passar a ser um gerente de produção, onde já possui

mais capacidade organizacional e pode organizar os membros de processo de

produção. Por fim, quando possuir destaque dentre os gerentes esse engenheiro

pode tornar-se líder de produção, que é o elemento que encabeça toda a

produção, responsável por designar tarefas e organizar a empresa como um todo.

II) Gestor: Trabalhando de maneira análoga ao processo de produção, um gestor é

um elemento administrativo de uma empresa, responsável em por no papel os

direitos e os deveres de cada funcionário e ter isso em estatuto empresarial; pode

trabalhar conjuntamente com setores financeiros e administrativos, sendo

normalmente um cargo ocupado por engenheiros com anos de experiência, que

devem decidir o que será melhor para empresa no que tange a investimentos e

contratos, fugindo do escopo prático da engenharia. Atualmente há uma barreira

no sentido de administradores estarem de fato perdendo espaço nesses cargos

para engenheiros experientes, que possuem o conhecimento prático para

executarem melhor as decisões empresariais, diferentemente dos

administradores que em sua maioria tem uma base teórica muito sólida em

administração, mas falta aplicabilidade.

III) Administrador: O administrador é outra função empresarial, mas difere

suavemente de um gestor; o gestor em si trabalha com gerir informações e

pessoal, o administrador está de maneira mais efetiva aplicado aos setores

administrativo e financeiro de uma empresa, decidindo de fato quais caminhos a

empresa deve seguir visando um lucro, seja da forma que for. Trabalha também

mais proximamente de setores de divulgação como Marketing e está mais

próximo de presidente e conselheiros,

IV) Projetista: É um setor mais aplicado da engenharia, trata de projetar produtos

que serão desenvolvidos pelo processo de produção, são engenheiros habilidosos

em desenho, normalmente; necessitam conhecimento de engenharia como um

todo, precisam desenvolver o produto todo, a forma, o material, as dimensões,

mecanismos. Peça fundamental para qualquer indústria que desenvolva produtos

de mínima complexidade de mecanismos. Precisa estar em constante

atualização.

V) Pesquisador: Primeiramente, precisa ser uma pessoa curiosa. Já que está em

busca de algo nunca antes realizado. Em seguida precisa ter perseverança, pois é

provável que passe a vida toda atrás de um resultado positivo caso o alcance. No

Brasil é muito comum encontrarmos pesquisadores dentro das Universidades,

ainda que precisem estar envolvidos com alguma forma de docência, seja pelo

estágio, seja quando estiver com seu estudo em desenvolvimento em algum

laboratório, que são a forma mais simples de ter o ferramental necessário para

desenvolver mais rapidamente e com qualidade suas pesquisas.

VI) Professor: Ser professor universitário em uma Universidade Federal no Brasil

não é má idéia, já que é possível passar o período de vida trabalhista

desenvolvendo seu projeto ou idealização, pode ter um laboratório para trabalhar

e coordenar e ainda é um serviço muito bem remunerado. Professores também

devem estar em constante atualização, devem se preocupar e muito em

desenvolver uma didática consistente, pois que sem ela não poderão desenvolver

futuros profissionais de alta qualidade, caso contrário os estudantes se vêem

forçados ao autodidatismo, que na minha concepção é uma saída necessária,

porém não a melhor.

Formas de Inserção

I) Por concurso público: Uma das formas mais simples de um engenheiro estar

empregado e garantir seu futuro profissional é ser aprovado em um concurso

público, assim como professor de Universidade Federal, existem inúmeros

cargos espalhados pelo Brasil em empresas estatais, onde na sua maioria são

muito bem remunerados.

II) Por histórico escolar e local procedente: É o mecanismo de admissão mais

utilizado por empresas privadas, como não são obrigadas a fazer prova de

seleção, elas então analisam o que o candidato é capaz de executar e seu esforço

e vontade em garantir sua vaga. Normalmente empresas privadas de grande

porte por terem uma vasta quantidade de empregados, se preocupam mais com a

capacitação e indicação (procedência) do candidato na hora de empregar,

valorizando ex-alunos de Universidades renomadas.

III) Por graduações e capacidades: É análogo ao tópico anterior, mas o foco é

distinto. São esses os critérios normalmente analisados na hora de ser oferecido

a um funcionário da casa um cargo superior, sempre hão de observar o quanto o

funcionário produz, o que ele sabe fazer, como é visto entre os outros

funcionários, entre outras formas mais de avaliação.

IV) Por indicação: Não é uma forma muito democrática de escolha de empregado,

mas é muito utilizado desde o banco de Universidade até a empresa. Sem um

bom contato você de fato não progride na engenharia, você precisa nem que seja

apenas para lhe orientar. Normalmente vínculos entre empresas e Universidade

são previamente estabelecidos, professores assumem posição de olheiros e

indicam futuros potenciais para as empresas. Dentro da empresa funciona de

maneira similar, porém às vezes é algo visto como algo indecente. Muitos

empregados ficam “paparicando” o chefe esperando uma promoção, que de fato

normalmente não acontece, transforma-o apenas em um funcionário mal-visto,

entretanto membros de cargos superiores normalmente convidam outros

empregados a assumirem postos melhores na hierarquia empresarial que se torna

a maneira mais comum de ascender na profissão.

V) Por oportunidades: É um ponto a ser abordado principalmente no ramo de

pesquisa, não é algo muito interessante procurar áreas que estejam sofrendo de

inchaço, logo se deve então mirar em pontos onde é possível desenvolver algo

novo, ou que esteja ocorrendo avanço ferramental em alguma área. Ou então

quando já está empregado em alguma empresa e uma nova oportunidade surge,

às vezes é necessário renovar e reciclar conhecimentos e experiências.

VI) Por experiência: Muitas vezes quando você prova que é hábil em processar

informações em resultados, você é promovido. É a maneira mais simples de

pensar em ascensão profissional, é provando seu esforço e capacidade, e junto

disso cresce algo chamado experiência. Quanto mais vezes a tarefa é executada,

mais presente ela está no subconsciente e mais simples ela se torna para ser

executada. Mesmo ao ser admitido, se possui uma experiência prévia no que irá

fazer, é muito mais provável sua efetivação como empregado, pois não

necessitará de um programa de treinamento completo, apenas de um período de

adaptação, que é um gasto a menos que o empregador tem que arcar.

Posição da profissão nos seguintes contextos

I) Locais: Engenharia em Florianópolis é muito restrito, diria até muito improvável

alguém que não siga uma carreira acadêmica se formar em engenharia mecânica

e continuar residindo aqui. Não existem grandes empresas, não existe

desenvolvimento dessa área, e a cidade é voltada para o turismo e não para

produção de bens. O engenheiro mecânico recém-formado fica em Florianópolis

e região apenas se for iniciar uma pós-graduação (muitas opções), ou se for fazer

algum concurso público para prefeitura ou similares.

II) Regionais: Considerando o critério como Estado e região sul, é possível

encontrar alguns locais onde é possível ter emprego de qualidade como

engenheiro mecânico, principalmente no Paraná e Rio Grande do Sul, ambos

possuem pólos de indústria automotiva e outros mais setores industriais. Santa

Catarina está muito defasada em relação a outros estados, principalmente pelo

fato de que é uma indústria principalmente baseada em animais e vegetais, além

de comércio e turismo.

III) Nacionais: O Brasil curiosamente possui inúmeros centros industriais de

respeito espalhados pelo território, porém nenhuma legitimamente brasileira.

Grandes pólos estão na região sudeste, com ênfase no estado de São Paulo, a

grande São Paulo e algumas cidades no interior possuem indústrias de

implementos agrícolas, automotivos, máquinas-ferramentas, eletrodomésticos,

vestuário, entre muitos outros mais. Um dos setores em maior desenvolvimento

é o automotivo, que está sofrendo um processo de descentralização, boa parte

das indústrias já residentes e outras chegando estão optando por situar seus

galpões em cidades menores onde não há uma metrópole tão próxima, ajudando

assim a desocupar grandes centros e povoar menores. Para professores e

pesquisadores existem oportunidades pelo Brasil todo, entretanto nessa área em

específico a UFSC é referência nacional e internacional, acredito que seria mais

interessante continuar estudando e desenvolvendo um projeto aqui.

IV) Internacionais: O ramo de engenharia mecânica tem oportunidades mundo

afora, basta ter conhecimento, possibilidade de deslocamento para os lugares

mais distintos e vontade de aprender e trabalhar. Já que países ricos estão à

procura de profissionais capacitados, pois pela qualidade de vida em seus países

ninguém quer ser engenheiro, e países pobres precisam desenvolver suas

tecnologias. O Brasil assim como não incentiva sua indústria local,

consequentemente não é nada atrativo querer trabalhar aqui quando se olha para

como funciona em países de fato, desenvolvidos.

 Exigências e aspectos considerados necessários para inserção e ascensão


profissional

Executei um levantamento sobre as qualidades que um engenheiro mecânico

deve ter, e as necessidades que um empregador busca em seus empregados, dentre elas

selecionei 25 que acredito que tenham, de fato, relevância para desenvolver uma

carreira sólida:

I) Apresentação: Imagem e atitudes;

II) Capacidade;

III) Competência;

IV) Comunicar-se em pelo menos 2 (ou 3) idiomas;

V) Comunicativo;

VI) Conhecimento;

VII) Criatividade;

VIII) Experiência;

IX) Imparcialidade;

X) Interesse;

XI) Maleável;

XII) Manter-se atualizado (congressos, teses);

XIII) Organizado;

XIV) Pontualidade e Respeito aos prazos;

XV) Prático;

XVI) Pró-Atividade;

XVII) Respeitar;

XVIII) Responsabilidade;

XIX) Saber improvisar, quando necessário;

XX) Saber ouvir os outros;

XXI) Seriedade;

XXII) Sobriedade;

XXIII) Teórico;

XXIV) Ter visão em outras áreas vizinhas à engenharia;

XXV) Versatilidade.
 
Autor: Bruno Grimm Ussami